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  • Foto do escritorInês Cruz

Os meus filhos, as férias e...

Os meus filhos, as nossas férias e a amiga matemática!


Por esta altura já andamos todos em contagem decrescente para os dias de férias em família.

A sonhar de olhos abertos!

A fazer planos!

A pensar em atividades, em repor o sono (e a torcer para os pequeninos deixarem) e a respirar fundo no “dolce far niente”!...

Mas há pais que pensam muitas vezes o que fazer com os filhos nas férias?





Há dias ouvi um adulto, que estava a fazer atividades com um grupo de adolescentes (da cidade, que não se conheciam todos entre si), ouvi dele uma expressão que me deixou a pensar...

Dizia ele que estava orgulhoso desse grupo de adolescentes porque se divertiam sem nada, conseguiam ocupar os tempos (livres) usando só a imaginação.

Não era o facto de não terem nada por estarem longe de casa e sem tudo o que habitualmente os desfoca que os impedia de se divertirem.

Inventavam brincadeiras!


E eu a ouvir isto e a pensar: Bom! Bom! Muito bom!

Devia ser sempre esta a preocupação que todos teríamos, que os nossos filhos, os nossos alunos inventassem brincadeiras...


E pensei várias vezes que estas aprendizagens se podem passar aos nossos mais pequenos. Aos nossos filhotes que ainda não são adolescentes (mas com o tempo a correr como o sentimos, rapidamente lá chegarão!). E deste pensamento fiz a ligação ao tema das férias que já andava na minha mente há algum tempo.


Sobre as férias devo reconhecer que só deveria escrever: mudem rotinas, passem tempo todos em família, vivam cada dia e cada minuto de forma diferente, tornem os dias juntos numa memória especial!

E assim começava e assim acabava o meu artigo sobre as férias! :)


Férias devem ser tempos de alteração de rotinas, sem preocupações com nada.

Mas como muitos pais com filhos pequenos me dizem com frequência,

enquanto eles não crescem as férias não são tempos parados... pois não!

Não são tempos sem despertador... pois não, eles continuam a ser o despertador!

Não são tempos sem relógio... pois não, eles têm sempre fome e sede e mais algumas necessidades!

Mas mesmo que o nosso corpo não descanse como nos tempos em que não tínhamos filhos (talvez isso demore muitos anos até voltar a acontecer) podemos mudar rotinas, passar tempo em família, viver cada dia e cada minuto de forma diferente, tornar os dias juntos numa memória especial!


Nestes tempos com rotinas menos rígidas, (às vezes) sem horários, sem o stress de levantar cedo para irmos trabalhar e leva-los à escola, o chegar a casa tarde, cansados e com tanta coisa para organizar...


As férias fazem crescer! Fazem aumentar o mimo (e qual é o mal?) mas também podemos aproveitar para os deixar crescer no raciocínio matemático.

Sem que isso seja uma preocupação!


Deixe que o seu filho o ajude, a organizar os dias das férias.

Antes.

Partilhe com ele os dias que faltam: "Faltam quatro dias para irmos de férias!"

Se ainda é pequenino explique-lhe que terá de dormir ainda 4 noites na cama dele e depois vá fazendo a contagem. Até a dia D! E na cabecinha dele a mensagem vai ficando registada.

Se já fôr mais crescido peça ajuda na hora de fazer a mala ou o saco da praia. E faça com ele o raciocínio: "Um casaco se estiver vento vai dar jeito. Um pijama porque vamos dormir lá uma noite. Um calçado para a praia e outro para podermos calçar e ir comer um gelado depois de jantar. O repelente dos mosquitos porque como vamos acampar temos de nos preparar para os mosquitos do campo. O que me estou a esquecer?"


Durante a viagem, responda sempre que o miúdo pergunta: "Falta muito?" Dando uma noção, que a idade dele permita perceber. Não lhe diga "é já ali" quando ainda faltam 2h de viagem porque quando voltar a dizer "é já ali" ele vai-lhe responder "Então? Isso já me disseste da última vez que perguntei!"


Pensem juntos o que podem fazer no dia seguinte:

"Amanhã depois de acordarmos e tomarmos o pequeno almoço podíamos ir comprar o jornal a pé e tomar um café ou tens outra ideia?

Depois se estiver sol vamos à praia. Que te parece?

E se estiver encoberto, o que sugeres que façamos?


Deixem que seja ele a pensar no que quer fazer quando chegar à praia ou ao parque onde decidiram fazer um piquenique. Ser ele a pensar não é o mesmo que ser ele a decidir e andarmos só a fazer o que ele quer! Mas deixar que seja ele a imaginar, a dar ideias, mesmo que na nossa cabeça também existam outras sugestões, que podemos dar posteriormente.


Jogar com as palavras antes, depois, agora, tarde, noite, almoço, jantar.

Ao mergulhar (no mar ou piscina) porque não fazem o nosso famoso 1,2,3 e saltam juntos? Ou o contar até 10 contando os mergulhos que dão nas ondas do mar?

Se pensa em campo e não em água, pode fazer uma série de brincadeiras, como contar os pássaros do céu, apanhar flores e contar para depois oferecer à mãe ou ao pai. Brincar às escondidas ou à cabra cega se já for mais crescido e dar pistas para encontrar um tesouro: "Anda 4 passos para a frente, dois para a esquerda, roda noventa graus e dá seis passos para trás..."


Joguem! Jogos físicos, com bolas, com raquetes, jogos de tabuleiro, ...

Saltem ao pé coxinho.

Brinquem às escondidas.

Joguem com palavras: palavras começadas por ..., nomes de pessoas, animais, cores, ...

Lancem um papagaio de papel e corram para o manter no ar.

Visitem uma cidade diferente. Falem das características. Reparem em edifícios diferentes. Peçam que sejam eles a explicar porque é diferente.

Experimentem uma refeição típica.

Encontrem tempo para sonharem acordados... tão bom! Tão importante!

Ao contrário do que tantos pensam não é uma perda de tempo.

Deixem que eles (e nós também) completem a frase e deixem fluir a imaginação: "Se eu fosse um... eu gostava de..." Por exemplo, se eu fosse um pássaro gostava de dormir no topo de uma árvores e ver o nascer do sol.:)

(podem deixar mais ideias nos comentários há tantas e tão giras :))



Nada como mudar rotinas, passar tempo em família (depois, se fizer sentido para os pais, pensam num tempo a dois), viver cada dia e cada minuto de forma diferente, abraçar muito, ter (ainda) mais paciência e explicar com (ainda) mais calma as regras que mesmo nas férias não desaparecem, como as regras de segurança, por exemplo, procurar viver mais os momentos que tantas vezes queremos registar em fotografias, e tornar os dias juntos numa memória especial!


Se isto vai fazer falta na sala de aula de matemática? Vai! Nem imagina quanto!


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