Brincar é tão importante como aprender.

Com um pouco mais de coragem :) eu diria que na fase do pré-escolar Brincar é mais importante do que aprender, simplesmente porque nenhuma criança separa a hora de brincar da hora de aprender. Elas aprendem precisamente enquanto brincam!

É uma meta a atingir. Fazer com que as aprendizagens sejam adquiridas por meio das brincadeiras, dos jogos, das brincadeiras em grupo, das individuais, mas isso é mais para as escolas e para as educadoras.

A nós pais cabe-nos também perceber que nas brincadeiras que têm (sozinhos, com os irmãos, com o pai, com a mãe, com os amigos) em todas elas podemos acreditar que estão a aprender.

Nunca estão SÓ a brincar.

Esta aprendizagem é crucial e fundamental nesta fase da vida deles. O desenvolvimento será tanto melhor e mais rico quanto as brincadeiras que lhes permitirmos, as experiências que lhes proporcionamos...

As crianças têm os olhos nas pontas dos dedos e a cabeça no ar e nós podemos ajudar a que aproveitem este dom para serem melhores.

Não podemos estar obcecados por ensinar tudo aos nossos filhos, não vamos conseguir!

Vamos centrar a nossa atenção nas brincadeiras que podemos fazer com eles e no que podem aprender e desenvolver.

Não podemos querer criar os nossos filhos fora da era digital, podemos atrasar o contacto deles com as novas tecnologias, no entanto, é irreal pensar que algum deles irá sobreviver sem os novos aparelhos. Mas não façam dos telemóveis, dos tablets e dos televisores os vossos companheiros no tempo dedicado à brincadeira. O nosso pouco tempo é sempre melhor que qualquer tempo em frente ao televisor ou o tablet.

A brincar os nossos filhos desenvolvem muitas características (escolhi as que considero mais importantes) que serão mais tarde importantíssimas num aluno, em particular num aluno capaz a matemática:

desenvolve a atenção (acha o seu filho uma criança atenta? Sabe que isso também se trabalha e que uma criança atenta é sempre uma criança mais perspicaz e de raciocínio mais rápido? Ajude-o a estar atento às novidades que acontecem em casa, ás diferenças nos amigos ou nas pessoas da família. No trajeto de casa até à escola fomente a atenção ao caminho, aos semáforos, ao trajeto virar à esquerda, à direita, uma rotunda, uma casa pintada de cor de rosa...), aumentam a memória (a partir dos 3 anos a memória é uma das áreas que podemos desenvolver (não necessariamente a saber os números de cor até 10, deixem os números para depois :), mas podemos, por exemplo, ir ensinando o nome dos animais, os sons que emitem, os nomes dos familiares mais próximos, algumas cores, partes do trajeto que fazemos todos os dias de carro com eles, na hora do banho ensinar que podemos ter água quente ou água fria, depende da direção da torneira, ensinar a apertar um atacador,um botão da bata,... podem dar largas à vossa imaginação ;), desenvolvem a imaginação (que tantas vezes sem intenção nós não deixamos que desenvolva...porque não podem desenhar o mar amarelo? porque não podem inventar eles uma história na hora de ir dormir e imaginar que ainda há dinossauros e que temos um na garagem? Deixem inventar e rir às gargalhadas porque eles com o passar dos anos (mais próximo dos 5/6 anos já têm noção que inventam coisas que não são possíveis e riem, e afinal qual é o problema disso?), alimentam a imitação (super importante na fase em que eles estão, brincar ao faz de conta, colocar acessórios que identifiquem com a personagem que imitam, aborrecer-se como a mãe faz, rir como o amigo hoje fez na escola, dar colo aos bonecos como a avó faz com eles,...).

A brincar constroem curiosidade (alimentem toda a curiosidade deles, é uma ordem!! É muito importante para qualquer fase da vida deles mas hoje temos tanta falta de alunos curiosos. Dá-nos trabalho? Dá! Uma criança curiosa faz muitas perguntas, gosta de experimentar pelas mãos dela, precisa de saber como funcionam as coisas e não se contenta com um Porque Sim! Mas vai valer a pena!), confiança, auto estima (duas características muito importantes para o futuro deles, temos tantos alunos mais velhos que não tendo auto estima e nem confiança em si próprios falham a aprendizagem da matemática).

Quando termina a necessidade de brincar? NUNCA!